terça-feira, 29 de março de 2011

No meu tempo de criança brincar era mais divertido

Antigamente, não existiam muitos brinquedos e, se as crianças quisessem se divertir, tinham que usar a criatividade, fazendo carrinhos de madeira e latas de óleo, bate-bate com garrafas de Q-boa e pernas de palhaço com latas de leite ninho.

Outros brinquedos que a gente mesmo fazia eram os carrinhos de rolimã, também conhecidos como baratinha (pra descer todo santo ajudava!); as pipas ou sureques feitas com papel de enrolar pão e cola de quiabento, etc. Não podiam faltar as bolinhas de gude nem o bodoque ou estilingue, o pião.

Gostava muito de brincar nas árvores ao fundo da escola Adelmário Pinheiro. Estudava à tarde, então passava a manhã brincando.

Nos meses chuvosos brincávamos de ‘peixe’. Era uma brincadeira em que desenhávamos um peixe no chão e com uma chave de fenda tínhamos que acertar as linhas, do rabo até chegar à boca do peixe, onde tinha um caroço de manga enterrado.

As noites eram super animadas, sob os olhares atentos dos pais que ficavam nas janelas, nós brincávamos direto na rua. A gente só ia pra casa dormir quando nossas mães chamavam. Dentre essas brincadeiras as que mais marcaram minha infância foram:
*Guarda/ ladrão
*Queimada (nunca gostei, mas cheguei a participar de muitas)
*Passa Anel (nessa dava até para paquerar. Era só manipular o jogo! Kkkk)
*Namoro no escuro (salada mista) - Uma menina era sorteada e ficava de costas. A outra perguntava apontando para um dos meninos: “É esse?” e só parava quando a menina respondia: “É”. Depois, ela escolhia entre pera, uva, maçã ou salada mista. Pera era aperto de mão; uva era abraço; maçã, beijo no rosto e salada mista, beijo na boca. Aproveitei muito! kkkk

*Pega-pega
*Esconde-esconde

*Cinco Marias/Vó – é preciso cinco pedrinhas de mesmo tamanho ou até mesmo saquinhos feitos com arroz ou areia. Jogue todas as pedrinhas no chão e tire uma delas, depois com a mesma mão jogue para o alto e pegue uma das que ficaram no chão. Faça isso até ter pegado todas. Na segunda rodada ao invés de pegar uma por vez, pegue duas. Na terceira rodada você pega três e, na última rodada você pega todas de uma vez só. Lembrando que a sua pedra não pode cair.

*Roda – forma-se uma roda cantando cantigas antigas como ‘pau no gato’, ‘ciranda-cirandinha’, ‘a canoa virou’, ‘pirulito que bate-bate’, ‘samba lelê’, ‘se esta rua fosse minha’, ‘serra, serra, serrador”, etc.

*Escravos de Jó – Duas pessoas cantam a música (escravos de jó, jogavam caxangá, tira, põe, deixa ficar, guerreiros com guerreiros fazem zigue, zigue, zá). Cada um com uma pedrinha ou um bombom na mão vai seguindo o que diz a música.
Bons tempos aqueles…

Estou me lembrando...

“Da bagunça da turma na classe, das merendas gostosas na hora do recreio, dos professores, das provas rodadas no mimeógrafo com cheirinho de álcool.” kkkk! Miro Rocha

sábado, 26 de março de 2011

As chuvas que caem no povoado de Limeira estão dificultando o calendário escolar na localidade



Que lama!!

 
Cuidado....
   A situação no povoado de Limeira - zona rural de Vitória da Conquista - preocupa os moradores, especialmente porque os motoristas de ônibus não querem mais entrar no povoado. O carro dos professores não consegue chegar até a escola Domingos de Oliveira e as crianças têm que andar cerca de quatro quilômetros para estudar.  Quando não tem aula, de nada vale o esforço, já que têm que voltar para casa sem aula. Apesar de a Prefeitura ter feito patrolagem, se não concluir o trabalho com a colocação de cascalho, os alunos serão prejudicados no ano letivo, já que o terreno é íngreme e, quando molhado, fica escorregadio.

A primeira fase do saber é amar os nossos professores


  A escola Antônio Machado Ribeiro/Batuque se emociona ao despedir-se, esta semana, da professora de matemática, Tatiana Paiva(Tati). Os alunos choraram ao agradecer os seis anos de ensinamentos e amor doados por essa profissional de excelência que nos deixa rumo a uma nova etapa de sua vida, na escola Frei Serafim. Desejamos sucesso e muita felicidade!

"Os sonhos não determinam o lugar aonde vocês vão chegar, mas produzem a força necessária para tirá-los do lugar em que vocês estão.
  
Sonhem com as estrelas para que vocês possam pisar, pelo menos, na Lua. Sonhem com a Lua para que vocês possam pisar, pelo menos, nos altos montes. Sonhem com os altos montes para que vocês possam ter dignidade quando atravessarem os vales das perdas e das frustrações.
   
Bons alunos aprendem a matemática numérica; alunos fascinantes vão além - aprendem a matemática da emoção - que não tem conta exata e que rompe a regra da lógica. Nessa matemática você só aprende a multiplicar, quando aprende a dividir; só consegue ganhar, quando aprende a perder; só consegue receber, quando aprende a se doar". Augusto Cury (pontuação nossa)
      
 
    

quarta-feira, 23 de março de 2011

Te amo

Te amo
Todo dia, ao amanhecer,
Amo-te de uma maneira nova.
Todo dia, ao amanhecer,
Invento uma maneira nova de te amar.
Te amo...
Poema de Valdomiro Rocha

Mô... Amor...

Mô... Amor...
Toda dia, ao acordar, olho para ver
Se o meu amor está ao meu lado,
Sentir o cheiro do seu cabelo
E, poder acariciar sua pele aveludada.
Dar-te um beijo é dizer para mim mesmo: Bom dia!
Pois, só depois do teu beijo o meu dia começa.
 
Poema de Valdomiro Rocha

terça-feira, 22 de março de 2011

Acordei...

Hoje acordei e percebi que
Faltava algo dentro de mim.
O meu coração estava vazio
Como uma casa sem móveis.
Comecei a andar pela casa
E vi que não faltava nada;
Todos os móveis estavam lá.
Então, o que faltava?
Parei, pensei... pensei. Só então vi:
O que faltava era cor e brilho, pois
O tempo, a poeira e as traças
Estavam acabando com tudo.
Deus, o que eu mais amava,
Não estava lá, deixei passar!
Não ouvia mais sua voz, sua
gargalhada. Não sentia mais
Seu cheiro e não colocava a
cabeça no seu colo para receber
carinho.
Então acordei... tudo
não passou de um sonho (pesadelo?)
Poema de Valdomiro B. Rocha

sábado, 19 de março de 2011

Mais Educação na Escola Fernando Spínola - Patagônia

Oi!
Os alunos do Fernando Spínola que participam do projeto Mais Educação, no turno oposto ao da aula, têm a oportunidade de fazer aulas de dança, informática, letramento, vôlei e brincadeiras recreativas.
Sorria!

Coca-cola rsrsrs......

Quarta-feira!!!!

KKKKKKK

Hô turma

Vencedores da tarde

Aula de vôlei

sábado, 12 de março de 2011

Para pensar


"Na verdade, a beleza não está nos seres e nas coisas: está na nossa relação com os seres e as coisas".
Leandro Konder.

Os grandes contra os pequenos


Vou contar uma estória que aconteceu de verdade. Sobre um menininho de oito anos, meu amigo. Passei, por acaso, na cidade onde ele mora. O avião chegou tarde. Seus pais foram me esperar no aeroporto. Enquanto íamos para casa perguntei:- e então, e o Gui, como vai? – Ah! Sua mãe me segredou, preocupada. Não vai bem não. Na escola. O orientador educacional nos chamou. Problemas de aprendizagem, desatenção, cabeça voando, incapacidade de concentração. Até nos mandou para um psicólogo.
Fiquei surpreso. O Gui sempre me parecera um menininho alegre, curioso, feliz. O que teria acontecido?
Sua mãe continuou:
- O psicólogo pediu um eletro encéfalo…
Aí me assustei. Imaginei que o Gui deveria ter tido alguma perturbação neurológica grave, algum desmaio, convulsão…
- Não, não teve nada, a mãe me tranqüilizou. Mas o psicólogo pediu… Nunca se sabe… Até ele não aceitou o exame no lugar onde mandamos fazer. Pediu outro…
Fiquei imaginando o que deveria estar se passando na cabeça do Gui, pai e mãe indo conversar com orientador, entrevista com o psicólogo, depois aquela mesa, fios ligados a cabeça. Claro que alguma coisa deveria estar muito errada com ele. Tendo visto tantos desenhos de ficção científica na TV, é provável que ele tivesse pensado que, quando a máquina fosse ligada, os seus olhos iriam acender e piscar como de luzinhas de diversões eletrônicas…
Quando acordei, no dia seguinte, estranhei. Não vi o Gui lá pela casa. Mas era sábado, dia lindo, céu azul. Com certeza estaria longe, empinando uma pipa, jogando bolinhas de gude, rodando pião, brincando com a meninada. Dia bom para vadiar, coisa abençoada pra quem pode. Pelo menos é isto que aprendi nos textos sagrados, que o Criador, depois de fazer tudo, no sábado, parou, sorriu e ficou feliz…
- Não, ele está estudando.
Foi aí que comecei a ficar preocupado. Assentadinho, no quarto, livro aberto à sua frente. Nem veio me dar um abraço. Ficou lá, com o livro. Cheguei perto e começamos a conversar. E ele logo entrou na coisa que o afligia:
- É tenho que fazer quinze pontos, porque se não fizer fico de recuperação. E isto é ruim, estraga as férias…
Lembrei-me logo do ratinho preso na caixa. Se pular alto que chegue, ganha comida. Se falhar, leva um choque… seu pêlo fica arrepiado de pavor, com medo do fracasso. Ficou doente. Fizeram-no doente.
Eu não sabia o que é que os tais quinze pontos significavam. Mas compreendi logo que eles eram o limite abaixo do qual vinha o choque. O Gui já aprendera lições não ensinadas que o tempo se divide em tempo de aflição e tempo de alegria, escola e férias, dor e prazer… E a professora ainda queria que ele se concentrasse, e gostasse da coisa… Mas como? A cabecinha dele estava longe, o tempo todo, pensando em como seria boa a vida se a escola também fosse coisa gostosa, Desatenção na criança não quer dizer que ela tenha dificuldades de aprendizagem. Quer dizer que há alguma errada com a escola, e que a criança ainda não se dobrou, recusando-se a ser domesticada…
Continuamos a conversa e ele começou a falar de uma forma estranha, que eu nunca ouvira antes. Vocês podem imaginar, uma criança de oito anos, falando de aclive e declive? Pois é, não agüentei e interrompi:
- Que é isto, Gui? Porque é que você não fala morro abaixo e morro acima?
- Mas a professora disse…
Compreendi então. A pinoquização já se iniciara. Um menininho de carne e osso já não usava mais suas próprias palavras. Repetia o que a professora dissera…
Fiquei pensando em quem é que estava doente: o menino ou a escola…
Claro que o ratinho tem de ficar de pelo arrepiado. Pois o choque vem… E eu pergunto se não está mais doente ainda quem dá o choque. Surpreendi-me com essa enorme e perversa conspiração entre a direção das escolas, os orientadores, os psicólogos. Todos unidos, contra a criança. O orientador, coitado, não tem alternativas. Se aliar a criança, perde o emprego, ele é o ideólogo da instituição, encarregado de convencer os pais, por meio de uma linguagem técnica, que tudo vai bem com a escola e que é melhor que eles cuidem da criança.
- Até que ela não é má. Só está tendo problemas. Seria bom levá-la a um psicólogo…
O psicólogo, por sua vez, fica atrapalhado. Que é que ele vai fazer? Desautorizar o diagnóstico de uma rara fonte de clientes? É melhor fazer um eletro. Fios e gráficos dão sempre um ar de respeitabilidade científica a tudo…
Lembrei-me da velhíssima estória do cliente que chegava ao analista e dizia:
- Doutor, tem um jacaré debaixo da minha cama!
- Sua cama não está na beirada da lagoa, está?
Então não há jacaré nenhum debaixo da sua cama. Volte para casa e durma bem…
E assim foi, semana pós semana até que o tal cliente não mais voltou. O analista ficou feliz. O tipo deveria ter se curado da estranha alucinação. Até que, um dia, encontrou-se na rua com um amigo do homem do jacaré.
- Então, e o fulano, como vai? Sarou de tudo?
- Mas o senhor não soube do acontecido? Ele foi comido por um jacaré que morava debaixo da sua cama…
Há muitas escolas que não passam de jacarés. Devoram as crianças em nome do rigor, de ensino apertado, de boa base, de preparo para o vestibular. É com essa propaganda que elas convencem os pais e cobram mais caro… Mas, e a infância? E o dia que não se repetirá nunca mais? E os sonos frequentados por pesadelos de quinze pontos, recuperação, férias perdidas e palavras de ventríloquo? Escolas jacarés, que as crianças têm de frequentar, e quando começam a demonstrar sinais de pavor frente ao bicho, tratam logo de dizer que o bicho vai muito bem obrigado, que é a criança que está tendo problemas, um foco cerebral com certeza, neurologista, psicólogo, psicanalista, e os pais vão, de angústia em angústia, gastando dinheiro, querendo o melhor para o filho…
Quanto a mim considero que isso não passa de crueldade dos grandes contra os pequenos. Torturá-las agora, em benefício daquilo que elas poderão ser, um dia, se caírem nas armadilhas que os desejos dos grandes para elas armam…
Não, Gui, fique tranquilo. Está tudo certinho com você. São os outros que deveriam ser ligados a fios elétricos até que os seus olhos piscassem como se fossem lâmpadas de brinquedos eletrônicos…
Retirado de  “Estórias pra quem gosta de ensinar”, obra de Rubem Alves